Entraste na minha rua em sentido contrário
Não sei se não viste o sinal
Ou se simplesmente não te importaste com ele
Não sei se estavas com pressa
E precisavas de um atalho
Ou se sabias exatamente o que estavas a fazer
De qualquer das formas
Entraste na minha rua em sentido contrário
E toda a gente te prestou atenção
Não levaste apitadelas
Nem ninguém te disse que estavas a ir na direção errada
Eles bem que tentaram dizer-te algo
Mas eu não os deixei
Afinal
Entraste na minha rua em sentido contrário
E que mais podia eu fazer
Senão dar-te toda a minha atenção
Olhar para ti com medo que batas
Que estragues, que partas algo
Mas tu, não o fazes
Apercebo-me que isto é um hábito para ti
Que entras em várias ruas em sentido contrário
Senti então um privilégio por ser uma delas
Entraste na minha rua em sentido contrário
E desde então que sinto que todos os carros que aqui passam
Então em sentido contrário
E nunca tu
(Passa mais vezes por aqui
Também eu já me acostumei)
Editado por: Marta Neves.
Escrito por: Margarida Simões.


Deixe uma resposta para Margarida Simões Cancelar resposta