Em celebração dos seus 21 anos de carreira, os seBENTA sobem ao palco do Coliseu Club. Na noite de 27 de Novembro abrem caminho ao grande Tour 25-26 neste altar de energia, celebrando a alma do rock português.
Os seBENTA são uma banda de origem portuguesa, lisboeta, tendo iniciado esta longa carreira no ano de 2004. É composta, atualmente, por quatro membros: Paulecas (vocal e baixo), Fadista (bateria), Florêncio (guitarra), Maravilha (guitarra) e Cestinho (teclados, samplers e saxofone).
O seu primeiro lançamento foi em 2006, O Beijo, um álbum com 11 músicas, que explora todas as emoções fortes do ser humano, entre elas o amor, a perda e a mudança. Para além deste álbum introdutório à banda, contêm outros cinco álbuns: Efeito Secundário (2008), Balas de Prata (2011), Coração Parte Um (2012), Raio X (2016), (Maior)idade (2022) e O Beijo (Remastered) (2024), como comemoração dos seus 20 anos de carreira.
O seu single mais recente é Se o Chão Tremer, lançado no dia 30 de Maio deste ano (2025). Este reflete sobre a resiliência diante das adversidades da vida.
Desde 2006 até então, têm somado êxitos radicais, os quais ecoam na memória de muitos que, após este concerto de dia 27 de Novembro, terão conseguido reviver as mesmas.
Ao longo da sua carreira, os seBENTA tiveram colaborações com figuras marcantes, como Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, José Luís Peixoto, que escreveu poemas para a banda, entre outros. Isto mostra a sua “raiz portuguesa”.
Mostram-se uma banda persistente, que mantem uma ligação forte com o público. Nota-se a sua solidez, nomeadamente na reedição do álbum O Beijo, em 2024, que assinalou os seus 20 anos de carreira e importância histórica desse mesmo para si e para os seus fãs.
O seu crescimento não é apenas notório nos lançamentos regulares, mas também no crescimento de produção, colaborações e o seu impacto ao vivo, através da sua identidade própria muito marcante e presença forte ao vivo.
Com os seus impressionantes 21 anos de carreira, os seBENTA aparentam iniciar um “novo ciclo da sua vida”, com o aparecimento do Tour 25-26. O Coliseu esteve repleto de fãs cheios de nostalgia, amantes do rock e da música portuguesa.
Foram muitos anos de luta, quedas, voltas, quase desistências e renascimentos. Agora, estamos prontos para o nosso momento mais intenso e verdadeiro… Um novo ciclo! – seBENTA, no Instagram
O que se segue não é apenas uma entrevista: é uma viagem pela memória dos seBENTA. É explorada a energia que ainda os empurra para a frente, ao fim destes gloriosos 21 anos de rock português. Um encontro imperdível com uma banda que continua a abraçar a música com a mesma força do primeiro dia – se não cada vez mais.
- Como é que os seBENTA começaram?
A 18 de Maio de 2004, a partir de um conjunto de amigos que já se conheciam há muito tempo, e que também eram músicos. Na altura da escola dizíamos que iríamos formar a banda da nossa vida. Fomos, com muito tempo, fazendo as nossas primeiras músicas, sem qualquer pressa. Para além disso, viemos de uma outra banda que estava a acabar. Os seBENTA têm um princípio: o Rock.
2. Quanto aos membros, como foi a entrada de cada um na banda?
Entra o Fadista, sendo que nem era suposto termos baterista inicialmente. Esta deu-se cerca de 4 anos e meio após o início da banda. Eu (Paulecas) e o Fadista acabamos por ser o núcleo da banda.
15 anos depois, e só então por questões pessoais, entra o Hugo.
O Maravilha é meu tatuador, e como dizia que adorava tocar na nossa banda, assim aconteceu.
Esta terá sido, até agora, a melhor formação dos seBENTA. Deveria ter sido a formação desde início, mas a verdade é que tudo acontece a seu tempo. Apesar de terem sido 21 anos de ensaios, agora é que estamos a começar a sério.
Ainda tem que se referenciar o Thiago, que na parte do management trabalha super bem. Já era para estar connosco há 21 anos, e só agora entrou. É um grande amigo com uma experiência fenomenal.
3. Terão funcionado como influência para o funcionamento do grupo todas as mudanças que o grupo já teve?
Terá mais diferenças na sonoridade, porque cada pessoa é diferente e tem a sua própria forma de tocar e o próprio estilo. Cada um deixou a sua impressão digital na música. A personalidade também será um fator, pela maneira como nos damos.
Neste momento somos um quinteto, e a sonoridade tem uma abertura diferente. As pessoas aparecem quando têm que aparecer, quando é certo.
Os músicos da nossa banda não vieram por via postal, são verdadeiros amigos. Precisamos alma, que é o que encontramos em todos. Claro que é necessário profissionalismo.
4. Consideram fácil a dinâmica de banda, ou foi algo difícil de conseguir?
As coisas boas não são nada fáceis de conseguir. Ainda que seja trabalhoso, é perfeito. Lidar uns com os outros e com os diferentes feitios é complicado, mas como acontece tão naturalmente, acaba por ser proveitoso.
Aliás, enquanto falarmos uns com os outros, quer dizer que ainda nos preocupamos. Ter uma banda de amigos funciona melhor, claro.
É uma pressão muito grande, mas é uma felicidade ainda maior.
5. Já trabalharam com nomes importantes do rock português. Qual foi a colaboração que mais vos marcou?
Gostámos de todos, porque cada um teve o seu papel. Mas devido às circunstâncias, e pelo contexto, o que mais me marcou foi o Zé Pedro. Éramos amigos há muitos anos, ele viu-me (Paulecas) a começar isto. Sempre fomos uma banda de partilhar música, de crescimento.
Com a Celeste Rodrigues, ao vivo, também foi incrível. Ter uma fadista a subir ao palco connosco foi um momento incrível.
6. Há algum concerto que nunca vão esquecer?
Fizemos o São Jorge, que estava cheio e tínhamos uma química incrível a tocar.
Outro foi num bar, o Lugar do Capitão. Quando chegámos lá não haviam colunas sequer. Lá conseguimos arranjar umas, de um amigo. O lugar estava sobrelotado, cheio de pessoas a gritar por mais música.
7. O que significa, para vocês, chegar aos 21 anos de carreira numa altura em que tantas bandas não resistem ao tempo?
Tens que ser extremamente louco e avariado da cabeça. Há fases muito complicadas, em que só faz sentido acabar com tudo, e há resiliência na mesma. Tem que haver paixão, algo no ADN.
Houve paragens, claro, mas nunca uma separação.
8. Qual a razão do Tour 25-26 e desta nova fase que tomaram?
Este é um ciclo no qual a banda está com uma aura que nunca teve. Serve para assinalar a nossa presença com muita força e muita vontade. Mostrar a modernização do som, a nova forma do rock, que é mais para as pessoas, e menos cavernoso. 2026 espera por nós com toda a força.
9. Por fim, qual a vossa expectativa para o concerto do hoje?
Em relação à adesão do público, gostávamos que as pessoas viessem. O que verdadeiramente gostávamos de sentir é a energia das pessoas. Queremos que todos os fãs de seBENTA venham, e sintam a magia. Esta magia é muito importante de passar: é seBENTA, nada mudou, mas muita coisa está a brilhar de uma maneira diferente. Vai ser muito fixe.
E para surpresa de todos os que se interessam por esta banda, haverá um outro concerto em breve. Os seBENTA anunciam um concerto dia 24 de Janeiro do próximo ano, na Costa da Caparica.
Uma banda que, apesar de ter assinalado o seu começo há 21 anos, assinala a partir do momento um novo começo, com mais magia e mais Rock que nunca.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade da autora, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Fonte da imagem da capa: Instagram
Escrito por: Soraia Amaral
Editado por: Íngride Pais


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