Aprendemos fórmulas, teorias, datas históricas e conceitos complexos. Aprendemos a responder em exames, a decorar conteúdos e a cumprir objetivos. Mas, no meio de tanta aprendizagem e estudos, surge a pergunta inevitável: será que estamos realmente a viver?
Ser um estudante universitário é estar constantemente sob pressão, uma pressão que nos segue a toda a hora. A rotina universitária tornou-se uma sucessão de tarefas, prazos e preocupações. Vivemos para o próximo teste, o próximo trabalho e o próximo semestre. O tempo livre é escasso e, quando existe, surge a sensação de culpa. Descansar e tirar um tempo para nós é visto como falta de ambição ou de empenho e parar parece ser um erro. Cada vez mais, existem jovens com aumento dos níveis de stress, ansiedade e burnout, quase que se normaliza o esgotamento de um estudante universitário como apenas uma “fase da universidade” pela qual poderemos vir a passar.
Estamos sempre tão focados e obcecados em construir um futuro estável e promissor que acabamos por esquecer o presente e de ir construindo memórias inesquecíveis. Adiamos a vida para “quando tivermos acabado o curso”, como se pudesse ficar em stand by.
Talvez seja altura de reaprender a viver enquanto aprendemos, e repensar o modo como aproveitamos a experiência universitária, pois adquirir conhecimentos académicos é importante e fundamental, mas deve ser complementado com vivências pessoais para uma formação mais humana. A vida, ao contrário dos exames, não pode ser vivida em época de recurso.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade da autora, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Fonte da imagem da capa: gerada por IA
Escrito por: Patrícia Simões
Editado por: Leonor Oliveira


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