O conforto na repetição: quando o ‘replay’ é um abraço

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É sexta-feira à noite. O cansaço da semana pesa nos ombros, pegas no comando da televisão e começas a deambular pelos menus das diversas plataformas de streaming. São milhares de filmes, séries e documentários que nos fazem dar scroll por intermináveis minutos. Ironicamente, por vezes, acabamos por escolher o “velho conhecido”. Aquele que já assistimos mais de dez vezes e que até sabemos de cor.

Muitos diriam que a repetição é aborrecida ou sinal de estagnação. Mas, para outros, é um refúgio. Um abraço.

O dia a dia costuma ser caótico e imprevisível. São notícias para aqui, prazos para ali, trabalhos para acolá… e isto não para. Quando chega o final do dia, após o caos, reina a exaustão. É aí que entra o replay como remédio: já sabemos quem fica com quem, quem é o vilão e até qual é o desfecho daquele clímax que gerou alguma ansiedade na primeira visualização. É como assistir a uma tempestade violenta pelo conforto e segurança do nosso lar.

A isto soma-se o peso de conhecer novas personagens: tentar compreender se são boas ou más, ou o porquê das suas ações, com a bateria social no vermelho logo após uma semana cheia pode ser ainda mais desgastante. Por outro lado, rever personagens antigas seria como ir a um café com um velho amigo: a conversa não é obrigatória, basta a presença. É uma companhia sem exigências. 

Acredito que rever aquele episódio ou filme visto há cinco anos acaba por trazer um pouco das mesmas emoções despertadas na primeira vez. O replay torna-se uma forma segura de sentir nostalgia e aliviar o peso das responsabilidades acumuladas. 

Desta forma, deixo o convite aos leitores: na próxima vez que abrirem uma plataforma de streaming sem saber o que assistir e só quiserem algo simples para aliviar o desgaste, experimentem assistir àquele filme ou episódio nostálgico que adoravam na infância ou há alguns anos. Às vezes, não precisamos da novidade, mas sim do conforto da repetição.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Fonte da imagem de capa: Pinterest

Escrito por: Gil Silva

Editado por: Rodrigo Caeiro

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