Não sou poeta.
Nunca serei poeta.
Não posso querer ser poeta.
Porque eles só querem aparecer.
Não sou poeta.
Nunca serei poeta.
Não posso querer ser poeta.
Porque eles só vivem para sofrer.
Não sou poeta,
Mas sinto-me maior que os homens.
Não é arrogância,
É saber se vais ou vens
P’a este mundo ser criança
E não mais um desses reféns.
Não sou poeta,
Mas mordo como quem beija
E sente um travo diferente
Ao provar a mesma cerveja.
Só não bebo aguardente
Porque o meu fígado já não deixa.
Não sou poeta,
Mas tenho sede de infinito,
Esta dor desde mirim,
Só sei sofrer quando acredito.
Guardo tudo para mim
E condenso num só grito,
Tipo assim…
“Mãe, deixa-me ir para eu ser feliz!”
“Pai, quando é que me curas a cicatriz?”
“Avó, não fui eu quem começou!”
E ele já não sabe quem sou
Mas choro ao ombro do meu Avô…
Eu sou poeta
Porque deixo o amor ao volante,
Perdidamente,
A ouvir Trovante
E contar a toda a gente.
Pedes-me para ter cuidado,
És quem me faz pensar um pouco,
E eu não escondo esta saudade
“Quando vais eu fico oco”.
Embebeda-me do teu cheiro
E faz com que viva de surpresas.
Só és minha feiticeira,
Se eu for o teu Luís Represas.
Escrito por: Marco Morgado
Editado por: Cristina Barradas


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