Fundo de Emergência Social: Do sonho à realidade

No passado dia 06 de outubro, o Jornal desacordo esteve presente na Cerimónia de Lançamento do Fundo de Emergência Social, uma iniciativa desenvolvida pela Associação Académica da Universidade de Lisboa.

Foi na Sala de Multiusos do Pavilhão de Portugal que nove estudantes passaram a olhar para o futuro com esperança, graças ao novo projeto da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL): O Fundo de Emergência Social (FES).

O Fundo de Emergência Social dispõem de um conjunto de nove bolsas no valor da propina anual e de um fundo de reserva para situações de emergência habitacional, financiados pela Fidelidade, pela Deloitte e pela Junta de Freguesia de Alvalade. Este programa destina-se a todos os estudantes de licenciatura da Universidade de Lisboa e tem como principal objetivo ser um instrumento de combate ao abandono escolar.

A cerimónia teve início com a atuação do Coro da Universidade de Lisboa, seguindo-se um vídeo de apresentação do projeto. O discurso do Presidente da AAUL, Gonçalo Osório de Castro, teve ênfase no poder transformador do associativismo, revelando que a AAUL é uma “casa que escolhe acolher quando outros erguem muros“. Referiu que a criação deste fundo é “um gesto, não uma solução” e congratulou a força dos nove estudantes bolseiros por nunca desistirem dos seus sonhos. Concluiu agradecendo aos três parceiros que tornaram esta iniciativa possível.

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Fonte: AAUL

A Responsável de Responsabilidade Social Corporativa da Fidelidade, Teresa Ramalho, reforçou o compromisso entre a Fidelidade e a Academia, agradecendo a iniciativa do projeto e afirmando que “estariam sempre dispostos a encontrar novas soluções para desafios como este [dificuldades económicas]“. Nas palavras da própria, “o conhecimento é essencial para o futuro das sociedades e, ao apoiarmos o FEM, acreditamos que estamos a contribuir para o progresso e transformação da nossa sociedade”.

Fonte: AAUL

Afonso Arnaldo, Líder de Corporate Responsibility & Sustainability da Deloitte, apresentou o Fundo Habitacional Deloitte: um fundo de reserva para emergência habitacional, como o risco de perda de alojamento. Deixou ainda uma mensagem de esperança e mostrou vontade de continuar com o projeto no próximo ano.

Fonte: AAUL

O Presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, Tomás Gonçalves, também marcou presença no evento, sublinhando que esta parceria não deveria ser entendida como um favor, mas sim como um dever. Reforçou também a importância dos jovens enquanto futuro do país.

Fonte: AAUL

A cerimónia terminou com o discurso do Vice-Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Castro, que louvou o projeto. Referiu que a existência de iniciativas como esta nos une por um propósito comum: lutar pelo sucesso académico dos estudantes. Lançou ainda o repto para que este seja um projeto anual, com mais apoios e entidades envolvidas.

Fonte: AAUL

O Jornal desacordo teve ainda a oportunidade de entrevistar o Presidente da AAUL, Gonçalo Osório de Castro, e o Vice-Presidente da Política Educativa, António Matos, para saber mais detalhes sobre a criação deste fundo.

Qual foi a vossa principal motivação para a criação do Fundo de Emergência Social?

António Matos: Esta ideia surgiu porque diversas Universidades, como a da Madeira e a de Évora, já têm um projeto deste âmbito, chamado “Fundo de Emergência Social”. Achámos que tal também era necessário existir na Universidade de Lisboa e pensámos “se a Universidade não o faz, a Academia é que faz”. O nosso objetivo é pagar totalmente as propinas aos estudantes, mas também ajudar a eventuais situações de despejo de casa, quando o estudante tem dificuldades para pagar a renda.

Quais foram os maiores desafios na implementação deste projeto?

Gonçalo Osório de Castro: As grandes dificuldades foram, acima de tudo, conseguirmos arranjar os parceiros, porque, como é sabido, o fundo é maioritariamente financiado por parceiros privados que não fazem parte da AAUL. Contactámos muitos parceiros e, a certa altura, ficámos frustrados por deixarmos de ter respostas. Acho que o truque foi sempre continuar e agora temos três apoios de peso.

Quais as vossas expectativas para o futuro deste projeto?

Gonçalo Osório de Castro: Eu gostava de lançar o repto, tanto para os parceiros, como para as futuras direções da AAUL, pois o nosso objetivo é duplicar o número de estudantes bolseiros no próximo ano. Já falámos com os parceiros e existe uma abertura nesse sentido, mas estamos sempre dispostos a receber mais apoios e queremos incentivar os nossos parceiros a apoiar cada vez mais.

Fonte: AAUL

Fonte da imagem de capa: AAUL

Escrito por: Maria Francisca Salgueiro

Editado por: Margarida Simões

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