Desde miúdos somos incutidos com a ideia que o sucesso se traduz em “subir degraus”. Contudo, após a passagem pela inflexível e imprevisível “Escola da Vida”, facilmente chegamos à conclusão que não é bem assim.
Quando questionamos sobre o que é o sucesso e de como o alcançamos remetemos logo para o desenho mental de inúmeras escadas, pertencentes a arranha-céus em que cada um remete para as diferentes áreas das nossas vidas, nomeadamente a área profissional, familiar, amorosa, do desenvolvimento pessoal, entre muitas outras.
Essa cidade imaginária, que ainda assim insiste ser tão palpável e real, desperta em nós um sentido de urgência no que diz respeito a atingir marcos, a batalhar por certas conquistas, obter estatutos e, a partir daí, ir subindo os degrauzinhos dos arranha-céus. Ironicamente, não sabemos quantos andares estes têm, ou se realmente existem, uma vez que todos nós temos objetivos diferentes oriundos de concepções de sucesso diferentes.
E quando algo corre mal? Quando não conseguimos aquele emprego de sonho, quando não conseguimos passar naquela cadeira, quando não conseguimos corresponder às expectativas que são esperadas de nós; o que acontece? Descemos os degraus?
É aí que o círculo entra. Quando analisamos o curso natural do mundo que nos rodeia, apercebemo-nos de que tudo é feito de altos e baixos, que podem ser traduzidos num círculo cujas extremidades opostas correspondem ao apogeu e ao preparo do apogeu. Exemplos vão desde os cursos dos rios, marés altas e baixas, temperaturas máximas e mínimas, os nossos batimentos cardíacos, o mood do nosso dia-a-dia, ou até mesmo a nossa economia (isto falando em maior escala).
O círculo do sucesso ensina-nos isto: não existe avanço, mas sim superação. Regredimos, mas também evoluímos – e ainda bem, pois essa é a beleza do progresso.
Em vez de incutir aos nossos filhos que o sucesso se traduz em escadas, ensinemos isto: bem-suceder é “andar às voltas” pois, no final de contas, crescer é sobre voltar, repetir, rever e aprender – e não apenas “avançar”.
Fonte Capa: Dreamstime
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade da autora, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Melissa Figueiredo
Editado por: Leonor Oliveira


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