No passado dia 10 de Outubro, tive o privilégio de visitar a sempre democrática Assembleia da República de Portugal, onde se debatem e aprovam leis que regem o nosso país.
A visita teve origem na cadeira de Princípios Gerais de Direito, da licenciatura de Ciências da Comunicação, tendo sido organizada e dirigida pela Excelentíssima Professora Sónia Reis, a qual nos acompanhou, muito alegre e interessada, durante toda a visita. Sem dúvida terá melhorado esta experiência única com a sua presença. A visita contou ainda com a presença de 12 alunos da turma.

Será importante ressaltar que esta vista deu-se numa semana de eleições, ou seja, a Assembleia da República estava disponível a receber-nos em salas muito únicas e raramente de acesso aberto. Volto a destacar a organização pormenorizada da Professora Sónia, que nos deu uma experiência que muitos não terão a possibilidade de ter.

A visita teve início na grandiosa escadaria da Assembleia da República, onde nos encontramos. Assim que cheguei, senti logo “borboletas na barriga”, como se costuma dizer. O poder da Assembleia logo me conquistou em força.
Esta terá ocupado o antigo Mosteiro de São Bento, construído em 1598. Entre as várias denominações oficiais, no ano de 1903, foi inaugurada a emblemática Assembleia da República. Este edifício terá demorado cerca de dois séculos a ser construído, estando até aos dias de hoje inacabado (e assim permanecerá).
Ao entrar, e passar pela revista inicial, estivemos no antigo Refeitório dos Monges, no qual nos foi dada uma pequena introdução acerca do contexto histórico da Assembleia da República.

De seguida, fizemos o percurso pelo jardim exterior da Assembleia, o mesmo que interliga a própria e o edifício no qual pode residir o Primeiro Ministro.

Terá sido aqui onde residiu António de Oliveira Salazar, durante o seu mandato, tendo mandado construir um caminho que interligasse a residência à Assembleia da República, pelo jardim mencionado.
Ao entrarmos, deparamo-nos com a estátua de D. Carlos, ao lado de uma espécie de exposição, cujo tema seria algo sobre os primeiros deputados da Assembleia, a época de 1974 e a liberdade, toda ela com vários jornais representativos da altura.
Depois subimos a Escadaria Nobre, com painéis ilustrativos da época dos Descobrimentos e da hierarquia social das épocas de então.

A primeira grande sala que visitámos na Assembleia da República foi a histórica Sala do Senado. Esta é utilizada até aos dias de hoje, com bastante frequência, para diversas funções, como reuniões de comissões, sessões solenes, eventos culturais e até concertos. É uma das salas que raramente tem disponibilidade a visita, sendo uma enorme honra estar sentada numa cadeira dessa sala. Em contexto histórico, foi a sede da Câmara Corporativa durante o Estado Novo.
Destaca-se a ausência da antiga coroa real, que foi retirada quando se deu a Constituição, em 1976. No seu lugar, está a esfera armilar.

A segunda, e mais célebre, grande sala que visitámos na Assembleia da República, foi a democrática Sala das Sessões da Assembleia da República, denominada também por Hemiciclo. Aqui é o sítio onde se reúnem 230 deputados para debater e votar a legislação.

Para além da vertente política, a visita foi também uma verdadeira aula de cidadania. A Assembleia da República não é apenas um edifício ou um aglomerado de deputados: é o espaço onde se representa o povo português, neste grande órgão de soberania. Cada voz ali presente reflete a vontade e as preocupações de milhares de cidadãos.
Foi uma experiência cativante, enriquecedora, deslumbrante e inesquecível. De certo, muito marcante para o futuro, e para a visão da democracia. A beleza deste edifício vai muito para além da sua beleza monumental, abrangendo também a comovente história do povo português.
Um grande agradecimento ao ISCSP, pelas experiências únicas que proporciona aos seus alunos, e à Professora Sónia Reis, que organizou tão bem esta excelente visita.
A Assembleia da República transmite um profundo sentido de responsabilidade e respeito pelos valores democráticos.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade da autora, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Fonte da imagem da capa: Assembleia da República
Escrito por: Soraia Amaral
Editado por: Rodrigo Caeiro


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