A inteligência artificial é um tema na ordem do dia. Numa altura em que a OpenAI enfrenta concorrência de ofertas como o DeepSeek, olhamos para como poderá ser o futuro com estas tecnologias. Para isso, voltamos a um passado recente para recolher alguns insights da Web Summit 2024, em Lisboa, para pôr em perspetiva possíveis desenvolvimentos.

Decorreu em Lisboa, entre os dias 11 e 14 de novembro do ano passado, a Web Summit 2024. Durante o evento, falou-se sobre diversos temas da atualidade política, económica e social com uma vertente tecnológica vincada nas apresentações feitas.

A Inteligência artificial foi um tema em destaque durante o evento. A relação entre inteligência artificial e trabalho foi bastante explorada. Procurou-se apresentar, para além do lado negativo, uma perspetiva de que a IA pode ser uma ferramenta que no futuro tem a possibilidade de empoderar indivíduos no sentido do desenvolvimento de projetos de empreendedorismo com menor necessidade de gastos em recursos humanos.

Apesar de se reconhecer que esta tecnologia apresenta vários desafios ligados, por exemplo, ao desemprego tecnológico, é também uma oportunidade para as pessoas conseguirem criar projetos com menor necessidade de financiamento, permitindo um ecossistema empresarial mais recetivo a novas ideias e à criatividade de potenciais visionários/empreendedores.

Destacou-se que a Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta que também ajuda nas atividades de trabalho de indivíduos. Assim, os trabalhadores podem concentrar-se em tarefas mais determinantes para alcançar os resultados pretendidos pela organização em que trabalham. Aumentar a capacidade dos trabalhadores é uma das possíveis consequências do uso da IA, para além da automatização.

Eryn Peters, fundadora do AI Maturity Index, conseguiu, através desse projeto, recolher vários e diversificados contributos sobre o uso da Inteligência Artificial fazendo com que seja mais fácil antecipar algumas das suas consequências. O AI Maturity Index aplica um teste a utilizadores de Inteligência Artificial com o objetivo de apurar as suas competências com esta tecnologia, apresentado um plano personalizado para que as pessoas possam melhorar em área determinadas.

Acha que, por exemplo, a indústria da música deveria abraçar mais estas tecnologias. Apesar das considerações éticas e legais que devem pesar, diz que estas ferramentas podem ajudar um artista a escalar o seu negócio e fazer com que aumente as potencialidades criativas.

Podíamos observar ainda um outro ângulo. Da Inteligência Artificial como meio para uma maior e mais eficaz personalização de ofertas. Com a IA a conseguir processar, analisar e correlacionar grandes quantidades de informação e de dados sobre os utilizadores, as ofertas podem tornar-se adaptáveis a cada utilizador de determinada oferta, tendo em conta esses contributos recolhidos.

O mundo, consideram os especialistas, por não ser possível fugir à tendência do uso desta tecnologia, evolui cada vez mais rápido, com ofertas cada vez mais personalizadas e diferenciadas. Isto exige constante capacidade de adaptação por parte das empresas. “O mundo move-se à velocidade do Tik Tok”. – É a visão de Don McGuire, CMO da Qualcomm, sobre os tempos que correm. Uma era em que a personalização se vai tornar o novo normal.

Atualmente, 77% dos líderes de empresas a nível global exigem capacidades de utilização de Inteligência Artificial, segundo Eryn Peters. Neste cenário, torna-se essencial estar informado sobre como usar esta ferramenta e aplicá-la ao dia a dia para nos auxiliar em determinadas tarefas ou para conseguir, através das ideias que podem surgir, ser mais criativo. A inteligência artificial não está a roubar necessariamente os trabalhos de hoje em dia. As pessoas que usam melhor a inteligência artificial estão.

Este artigo é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: José Pereira

Editado por: Catarina Soares