Londres, 2018. Foi nesse ano que Inês Barroso aterrou na capital inglesa em busca de novas oportunidades. Foi na diversidade cultural e intensidade da cidade que nasceu Rossana, a sua nova identidade artística. Misturando música tradicional portuguesa, psicodelia e influências globais, Rossana encontrou em Londres o cenário ideal para desenvolver o seu estilo e afirmar a sua voz autoral. O Jornal desacordo esteve à conversa com a artista.

“Não me lembro de existir sem música”
Rossana cresceu imersa na música. Formada em piano clássico e com um ano de estudo de jazz em Portugal, ela só percebeu a necessidade de criar suas próprias composições ao mudar-se para Londres. “Senti esta necessidade de dizer certas coisas”, conta ao Jornal desacordo, explicando como o processo de adaptação a uma nova realidade foi fundamental para sua transição de intérprete a compositora.
A escolha do nome artístico reflete essa nova fase. Inspirado por uma auxiliar escolar de infância, “Rossana” foi selecionado pela simplicidade de pronúncia em diferentes idiomas, simbolizando seu desejo de alcançar públicos diversos.
Um processo criativo metódico
Para Rossana, compor é como resolver um quebra-cabeças. “É quase como um puzzle”, explica. Apesar de seu método rigoroso, sua música carrega uma energia visceral e autobiográfica, como no single “Inglaterra”, que celebra a experiência de ser imigrante. “Quero que as pessoas em Portugal ou fora se conectem a esta história”, afirma.

“À la Portugaise”, um álbum que celebra raízes
O novo álbum de Rossana, intitulado “À la Portugaise” (À Portuguesa), é uma junção de influências globais com letras maioritariamente em português. O projeto reflete a dualidade de Rossana: uma artista imersa na efervescência de Londres, mas profundamente conectada às suas origens. “Agora, meus avós podem ouvir e entender tudo o que eu digo”, comemora.

A construção de uma carreira independente
Antes de consolidar a sua identidade como Rossana, Inês passou por experiências que ajudaram a moldar sua trajetória, incluindo uma breve participação no programa “The Voice Portugal”. “A televisão não é para mim”, afirma categoricamente, destacando a importância de seguir o seu próprio caminho artístico.
A pandemia foi outro marco na sua carreira. “Permitiu-me organizar tudo”, esclarece. Durante esse período, Rossana encontrou tempo para estruturar ideias e avançar com a sua música.
Entre Londres e Portugal
Além de lançar novas músicas, Rossana também está interessada em fortalecer a musica portuguesa no cenário internacional. Com a Bait Records, procura “ajudar a criar um intercâmbio entre Londres e Portugal”, explica.
Com um álbum recém-lançado e planos de tour europeia, Rossana é hoje uma figura em ascensão que reflete a riqueza cultural portuguesa enquanto absorve e reinventa influências globais.
Este artigo é da pura responsabilidade da autora, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Filipa Vieira.
Editado por: Marta Ricardo.


Deixe um comentário