Viajar (sem dinheiro)

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Hoje, o tema que trago para a mesa é um dos maiores assaltos na história da humanidade. Diz-se que o Leonardo Da Vinci desenhou a primeira ideia de avião em 1485. No entanto, não é necessário pertencer à PJ para perceber que não passa de plágio, já que os primeiros autocarros com asas da RyanAir foram, provavelmente, fabricados no terceiro século a.C.

A partir do momento em que é possível comprar um voo de 3 horas a 15€, creio que é seguro assumir uma de duas hipóteses: ou vamos descolar num avião de papel, ou o piloto tirou a sua formação na Kidzania.

Com isto, não quero soar mal-agradecido… afinal, pertenço ao grupo, falido, de jovens universitários cuja soma das contas bancárias ronda os 13,75€. Assim, estou eternamente grato pela existência destas companhias aéreas low-cost.

Não deixa de ser real que embarcar numa destas aeronaves é o equivalente a dar um all-in no verde. Mesmo que o avião tenha a capacidade de manter-se no ar durante toda a viagem, existe o risco destas horas se tornarem semanas dependendo dos vizinhos de assento.

Existe uma lista infinita de seres humanos capazes de arruinar a experiência deluxe que é voar na EasyJet. Por exemplo, os Homo sapiens sem controlo da própria bexiga (geralmente sentados à janela) ou aqueles que ainda não perceberam que existem outras pessoas no objeto voador.

Curiosamente, de acordo com o best-seller português: Dicionário (Camões et al.), se juntarmos essas duas características, alcançamos a definição exata de “criança” ou do seu sinónimo, “demónio”.

Quando estou naqueles corredores portáteis, que conectam o aeroporto ao avião, passo o tempo a calcular as probabilidades de me sentar perto de um passageiro que não existia aquando da estreia do filme Gru – O Maldisposto (dois mil e tal). Se as chances forem perigosas, opto por uma viagem no ano seguinte.

Para provar que não estou aqui só para criticar. Porque esta rubrica não destrói apenas, também edifica, vou passar a fazer uma sugestão a todas as companhias aéreas: coloquem legendas para todos os vossos pilotos e copilotos.

Com muito carinho para todos os aventureiros que quando viajam pagam para levar uma mala, aparecem no aeroporto com duas e regressam com três.

Espero que não vos cobrem nada da próxima vez.

Disse.

Este artigo é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: David Pereira

Editado por: José Pereira

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