O adeus a Marco Paulo

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O dia 24 de outubro de 2024 ficou marcado, logo pela manhã, pelo falecimento da grande estrela da música ligeira portuguesa João Simão da Silva, de nome artístico Marco Paulo. Foram 79 anos de vida, quase 60 anos de carreira, mais de 70 discos lançados e uma grande legião de fãs de várias gerações. Foi um dia passado em homenagens e mensagens de luto de várias partes, desde colegas da profissão a admiradores, de amigos a políticos.

Fonte: Blitz/Rita Carmo

Sou grande amante da música portuguesa, independentemente do seu género. No entanto, apesar de nunca ter sentido particular ligação ao trabalho de Marco Paulo, gosto e conheço algumas músicas de que sei as letras e canto, como todos. É, apesar de tudo, impossível ficar indiferente à obra que nos deixou, enriquecendo a nossa cultura e sendo ele próprio um símbolo da música portuguesa e de Portugal. Do vasto reportório destacam-se temas como “Maravilhoso Coração”, “Eu tenho dois amores”, “Joana” e “Ninguém Ninguém”.

Fez história, sendo o único cantor português com um disco de diamante e contou com centenas de discos de ouro, prata e platina. Começou a sua vida artística ainda muito novo com aulas de canto com a cantora lírica Corina Freire e foi aí descoberto pela fadista Cidália Meireles. Com esta lançou-se na televisão portuguesa num programa da RTP. Assim, despertou o interesse daquele que veio a ser o seu primeiro produtor, Mário Martins, da grande editora Valentim de Carvalho, com quem trabalhou durante os 34 anos seguintes. Para sua grande surpresa, em 2016, recebeu um Globo de Ouro por Mérito e Excelência. Mais recentemente, em 2022, foi condecorado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa com a distinção de Comendador da Ordem Infante D. Henrique. Nesse mesmo ano, celebrou 56 anos de carreira.

Se era conhecido pela sua ampla obra, ficou também marcado, ao longo da sua carreira, pela doença que acabou por levar a melhor e com a qual conviveu longos períodos. Começou uma grande luta contra o cancro do cólon em 1996, cancro da mama em 2019 e em 2021 cancro do pulmão. Foi com este último que conviveu até ao seu suspiro final, juntamente com metástases deste no fígado.

É lembrado com amor e saudade por todos os que privaram com ele e é assim que será recordado.

Escrito por: Catarina Navalho.

Editado por: Marta Ricardo.

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