Globos de Ouro 2024: Os bastidores da noite do ano

Escrito por

A “28ª Edição dos Globos de Ouro” aconteceu no passado domingo, com o glamour a que a SIC já nos habituou.

No passado domingo, 29 de setembro, o Coliseu dos Recreios voltou a acolher aquela que é por muitos considerada a “gala do ano”. Várias estrelas desfilaram pela passadeira vermelha e deixaram à vista todo o glamour num espetáculo de aparências, coberto pelo luxo e sofisticação habituais, não fora esta a 28ª edição dos “Globos de Ouro”.

Esta cerimónia, transmitida pela SIC (Sociedade Independente de Comunicação), destaca-se como um dos maiores eventos de celebração e exaltação do talento nacional nas mais diversas áreas da cultura, desde o entretenimento – pautado por figuras que entram diariamente em nossas casas pelo ecrã da caixinha mágica; à ficção, teatro, cinema, música e claro, o humor – tão bem representado em Portugal.

Há (muito) mais além da Passadeira Vermelha

A atmosfera dos “Globos” começa a ser construída desde cedo na passadeira vermelha, onde o brilho e a elegância tomam conta do cenário. As estrelas, vestidas em trajes deslumbrantes e irreverentes, são recebidas por flashes das câmaras e ovações dos fãs, enquanto posam para fotos e concedem entrevistas, e é verdade, neste momento a antecipação e a excitação são palpáveis.

Mas nem tudo acontece no tapete vermelho que se estende à porta do Coliseu, aliás, atrevemo-nos a dizer que esse é apenas o ponto de partida, porque a parte mais interessante é aquela que ninguém consegue ver na televisão.

Dentro do edifício imponente, com três pisos, paredes grandiosas e motivos decorativos em reboco, começam a chegar as personalidades mais distintas, pelas grandes escadarias, com vestidos a arrastar pelo chão e uma vontade considerável de dar nas vistas.

No salão principal, reúnem-se alguns dos nomes mais famosos, mas na verdade, a mistura é tal – com amigos dos primos emprestados que são filhos da senhora que é isto e foi aquilo – que por vezes até as caras mais conhecidas passam despercebidas antes da gala.

Entre reencontros e conversas de ocasião, muitos olhares atentos recaíram sob os casais “sensação” que iam chegando – ou não, nomeadamente José Condessa que apesar de ter estado com Luisinha Oliveira antes do evento, não se fez acompanhar pela amiga “especial”. Por outro lado, Bárbara Branco e Vítor Silva Costa também marcaram presença, mas sempre cada um no seu canto – e os burburinhos com teorias e rumores ecoavam por cada canto do salão.

À medida que a noite adensa e a impaciência vai crescendo, a imprensa aproveita para tentar “sacar” algumas declarações. A estrela fica no foco dos holofotes e erguem-se os telemóveis em punho – sim, porque os tempos evoluem – sedentos de ouvir alguma novidade ou de formar uma nova polémica suscetível de cair em “graça” entre o público.

Não se iludam, a maior parte das estrelas é comedida nas palavras e rege-se pelo profissionalismo que o seu estatuto exige. Ainda assim, e ao contrário do que se possa imaginar, a maior parte dos famosos com quem o Jornal desacordo falou foi bastante acessível – dizemos a maior parte porque, claro está, há sempre alguma vedeta que perpetua a imagem de snobismo associada a este mundo de exuberância.

Manuel Luís Goucha, o senhor televisão

É reconhecido por muitos como um dos grandes “monstros da televisão” e tem uma carreira que honra a nobre profissão de comunicar.

Antes da cerimónia ter início, Manuel Luís Goucha mostrou-se bastante animado e sem grandes pretensões de vencer, apesar de ter sido esta já a terceira nomeação consecutiva ao prémio “Personalidade do Ano” na categoria de “Entretenimento”.

“Sinceramente não é importante para mim, se ganhar, ganhei. Muito obrigado. Estar nomeado já é uma distinção por isso é que eu realço muito isso. Se perder, perdi. Amanhã começa tudo na mesma” – confidenciou-nos o apresentador.


A Gala por trás das Câmaras

As luzes do salão apagam, a sirene toca e até para quem é a primeira vez no evento, é evidente que chegou a hora de começar a emissão. Os lugares do Coliseu dos Recreios vão sendo preenchidos e a pintura, que vemos em televisão, vai sendo pintada ao detalhe.

Nada pode falhar e a equipa, composta por dezenas de profissionais, está sob pressão constante. O tom aumenta e o tempo é inimigo, numa altura em que tudo tem de estar perfeito para o telespectador – e é aqui que se dá a magia, na entrega por cada pessoa que está “do outro lado do ecrã”.

Clara de Sousa voltou a assumir a apresentação dos “Globos de Ouro” – uma escolha acertada, sem sombra de dúvida – e pautou as transições entre as diversas categorias em destaque.

Pela noite dentro, entre atuações musicais e as revelações dos vencedores, os nomeados mostram-se inquietos nas suas cadeiras – quase como pequenas crianças que estão cansadas de estar sentadas em sala de aula – tal é o nervosismo e ansiedade.

Em estúdio, podemos destacar uma enorme ovação à premiação de Manuel Luís Goucha, bem como um escorrer de lágrimas aquando da sua homenagem à senhora sua mãe, que partiu este ano.

Por outro lado, foi evidente algum espanto com alguns dos vencedores, como foi o caso de Afonso Pimentel – uma vez que nos bastidores os palpites recaíam sob José Condessa para “Melhor Ator”  – e Margarida Vila-Nova – que conquistou o prémio na categoria “Melhor Atriz”, este que muitos acreditavam estar “dado” a Sofia Ribeiro.


A Homenagem a Sara Tavares

Catarina Furtado subiu a palco, de forma inesperada – dada a sua ligação à RTP – para dar o mote a uma homenagem necessária a um dos nomes incontornáveis da música portuguesa.

Sara Tavares foi relembrada, com uma atuação arrepiante que fez levantar toda a plateia, num minuto de aplausos à estrela que nos brindou com grandes hinos como “Chamar a Música”.


Quando a noite acaba e a cortina se fecha

Ao fim de largas horas, com pausas curtas e muita agitação entre os corredores, a gala vai esvaziando. As badaladas tocam – e tal qual Cinderela – os famosos começam a ausentar-se. A equipa chega a pedir a qualquer pessoa bem vestida para ocupar os lugares que vão ficando para manter uma imagem consistente.


Esta gala, tão aclamada pelos media portugueses, continua a desempenhar um papel crucial, não só pela sua tradição de mais de duas décadas, mas também pelo impacto que tem na promoção e valorização dos talentos nacionais.

28 anos depois, estes prémios continuam a ser um ponto de encontro entre diferentes gerações de artistas e servem como uma vitrina para o reconhecimento do trabalho dos profissionais da indústria, incentivando o desenvolvimento cultural e mediático em Portugal.

Queres saber tudo sobre a Passadeira Vermelha? Lê este artigo!

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados

Escrito por: Flávio Sousa

Editador por: Marta Ricardo

Deixe um comentário