As indiferentes diferenças entre a Liberdade e a Solidão

Acordo. São duas da tarde.
Espera-me mais um dia de procrastinação, e estou tranquilo com isso. Faço o que quero.
Ninguém me disse nada por me levantar tarde,
Afinal, deitei-me às sete da manhã.
Às seis, ainda andava pelas ruas, como sempre, a ver as pessoas a caminho do trabalho.
Que monótona deve ser a sua vida!

Almoço às quatro da tarde.
Confesso que não me importava de ter alguém comigo.
Que enfadonhas são estas refeições: sem conversas, sem olhares, sem sorrisos.
Apenas eu, no meu silêncio.

Agora são dez da noite, e um sentimento estranho toma conta de mim.
Ninguém me chama para ir dormir.
Será isto solidão ou liberdade?
Talvez tenha vivido uma vida de liberdade solitária, ou talvez nunca tenha sido livre, apenas solitário.
Afinal, qual é a diferença entre as duas, se podem ser tão facilmente confundidas?

Em toda a minha vida, nunca ninguém me acordou de manhã,
Nunca me chamaram para ir dormir,
Nunca me chamaram para almoçar,
Nunca me chamaram para passear.

Fui realmente solitário sem o saber,
E talvez nunca o tenha desejado.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Carriço Oliveira

Editado por: Sofia Isidoro

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