No mês de maio, muitos estudantes provavelmente já estão a perspetivar o que aí vem: a temerosa época de exames. Estamos na primavera, quase no verão, o tempo está finalmente agradável e a última coisa que queremos fazer é ficar em casa a namorar com os manuais e apontamentos intermináveis.

Por ser uma altura propícia ao burnout, temos de tentar encontrar maneiras de aliviar esta pressão, priorizando a nossa saúde mental. Dito isto, seguem-se algumas sugestões:

Planear: conhecendo as datas dos exames, é possível que nos tornemos ansiosos sobre aquilo que ainda nos falta estudar. É por isso que é importante abrir o calendário e marcar as datas das frequências, entrega de trabalhos, apresentações e exames. Para ajudar a clarificar o estudo, formular um plano realista e flexível em função do tempo disponível, alocando determinados dias para cada cadeira, é essencial para organizar e atingir os objetivos definidos. Já Benjamin Franklin dizia: “By failing to prepare, you are preparing to fail”.

Desenvolver uma rotina e método de estudo: para usufruirmos do nosso tempo da maneira mais produtiva possível, devemos encontrar a rotina e método que melhor funcionam para nós. Enquanto alguns conseguem estudar pela noite adentro, outros preferem acordar de manhã cedo e começar o dia a estudar. Os seres humanos são criaturas de hábitos, e a partir do momento que se estabelece uma rotina, é mais fácil mantê-la. Em relação ao método de estudo, pode ajudar saber qual é o estilo de aprendizagem que concorda melhor connosco, e para isto há vários quizzes online que nos podem ajudar, como por exemplo: https://www.learningstylequiz.com/start/.

Um método de estudo bastante conhecido chama-se a técnica Pomodoro e consiste em estudar durante 25 minutos, seguido de uma pausa de 5 minutos, repetindo isto entre 2 a 4 vezes e depois fazer uma pausa mais comprida. Como temporizador, há vídeos no Youtube chamados “study with me” que utilizam esta técnica, e existem também aplicações como, por exemplo, a Plantie, que durante o tempo que escolhermos estar a estudar, se entrarmos noutra aplicação, recebemos um friendly reminder que devíamos estar a estudar, para combater os possíveis impulsos de abrir o telemóvel quando recebemos uma notificação.

Encontrar um bom espaço de estudo: tal como a rotina e o método, é uma escolha pessoal. Encontrar um sítio em que nos sintamos confortáveis, centrados e focados é meio caminho andado para uma boa sessão de estudo. Em casa, na residência, na universidade, em cafés, bibliotecas, as opções são várias, e podemos ir experimentando diferentes cenários para descobrir quais funcionam. Neste tópico podemos também incluir o estudo sozinho ou acompanhado: estudar com colegas de turma pode ser uma excelente maneira de nos motivarmos mutuamente, debater a matéria e esclarecer dúvidas que possam surgir durante o estudo.

Fazer pausas: implementar pausas durante o estudo é quase, senão mais importante que o estudar em si. Porém, uma pausa não significa permanecer estático, abrir o telemóvel e entrar nas redes sociais. Isso não é descanso, antes pelo contrário, cansa-nos ainda mais e baixa os nossos níveis de concentração quando voltarmos a estudar. Nas pausas mais curtas, olhar para a paisagem e focar a visão em coisas em coisas distantes para dar descanso ao olhos, sair da nossa “bolha de estudo” e esticar as pernas, alongar um pouco ou fazer exercícios de respiração, se necessário, para controlar qualquer ansiedade que possa surgir, ou até meditar são algumas formas de refrescar o nosso cérebro e prepará-lo para mais rondas de estudo.

Alimentação e hidratação: escusado será dizer que comer bem e beber muita água é indispensável para um estudo produtivo. Ter sempre uma garrafa de água em cima da mesa e alguns snacks nutritivos à mão é crucial. A London School of Economics sugere 8 snacks para um super estudo: https://info.lse.ac.uk/current-students/Assets/Articles/8-super-study-snack.

Descansar: em seguimento da alimentação e hidratação, o descanso é também, claro, fundamental. Aliás, vários estudos indicam que dormir sestas curtas pode ser bastante benéfico para o nosso estudo, como, por exemplo, este trabalho realizado por um grupo de cientistas na universidade de Saarland, na Alemanha: https://www.brightnetwork.co.uk/making-most-university/power-power-nap/.

Por último, e se calhar o passo mais importante, temos de acreditar, aceitar a realidade e tentar sempre exigir o melhor de nós, por nós, para podermos olhar para trás e sentir orgulho no caminho que fizemos.

Bom estudo e boa sorte para os exames.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Matilde Bruno

Editado por: Pedro Cruz