Greta Van Fleet no Campo Pequeno: os detalhes não ficaram esquecidos.

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No passado dia 6 de dezembro, a banda de hard-rock esteve pela segunda vez em solo português para divulgar o seu mais recente álbum, “Starcatcher”. O Jornal desacordo esteve presente e vai partilhar contigo algumas curiosidades sobre o espetáculo!

Fonte: Marta Ricardo/José Bento

Os primeiros fãs

Pelas oito horas da manhã, encontrámos cerca de dez pessoas à porta do Campo Pequeno, na sua maioria fãs internacionais. Conversámos com algumas fãs francesas que nos contaram que estavam a garantir os seus lugares desde as seis da manhã. Estas já somavam algumas presenças em outros espetáculos desta tour e pretendiam marcar presença nos próximos.

A banda anunciou recentemente datas de novos espetáculos para o ano de 2024, ainda no âmbito da tour “Starcatcher”, tal como a presença em diversos festivais de diversos pontos do mundo: Mad Cool (Madrid, Espanha), Rock Werchter (Werchter, Bélgica), Estéreo Picnic (Bogotá, Colômbia), Lollapalooza (São Paulo, Brasil) entre outros.

Os primeiros fãs que surgiram à porta do Campo Pequeno (Fonte: Marta Ricardo).

A espera

A meio da tarde, encontrámos bastantes pessoas à porta do Campo Pequeno. Algumas fãs cantavam e dançavam entusiasticamente as músicas da banda enquanto aguardavam. Surgiram alguns fãs portugueses, entre os quais um grupo que organizou a distribuição de pequenas bandeiras LGBT+ aos presentes, de forma a que toda a plateia de pé as erguesse na música “Light my love”. Já não é a primeira vez que as fãs têm iniciativas neste sentido, bem pelo contrário. Mais abaixo explicamos-te a importância desta canção. Por enquanto, espreita uma outra iniciativa do “Peaceful Army”.

@juliacdejames

POV you just saw Greta Van Fleet opening night of the Starcatcher tour ❤️🧡💛💚💙💜 #gvf #lightmylove #love #thearcher #gretavanfleet @Greta Van Fleet

♬ original sound – juliacdejames

Abertura: Primeira parte com Hannah Wicklund

A primeira parte do concerto contou com a presença de Hannah Wicklund, numa onda mais folk-rock. Usava um vestido vermelho e uma coroa na cabeça, fazendo juz ao seu dramatismo característico. Hannah fazia-se acompanhar pela sua guitarra e ainda pela banda (bateria, baixo e teclado).

Músicas tocadas:

  1. Hell in the Hallway
  2. Hide and Seek
  3. Witness
  4. Strawberry Moon
  5. Bomb Through the Breeze

Segunda parte com Black Honey

Numa onda mais punk, os ingleses Black Honey atuaram na segunda parte da abertura. Vimos, portanto, pela segunda vez, uma banda masculina com uma vocalista feminina que toca guitarra. Izzy Philips vibrava em cada pedaço de solo de guitarra elétrica, balançando os cabelos rebeldes. Brindou-nos ainda com o clássico “obrigado!” na língua portuguesa.

Fonte: Marta Ricardo/José Bento.

Músicas tocadas:

  1. All My Pride
  2. Charlie Bronson
  3. Heavy
  4. I Like the Way You Die
  5. Lemonade
  6. OK
  7. Corrine
  8. Run for Cover

O momento mais esperado

Após o fim de atuação dos Black Honey, os fãs aguardaram ansiosamente pelas estrelas da noite. A tensão aumentava a cada alteração de luz ou a cada movimento da cortina. Quando a cortina cai, a multidão entra em êxtase.

Músicas tocadas:

Parte inicial:

  1. The Falling Sky
  2. The Indigo Streak
  3. Built by Nations
  4. Meeting the Master
  5. Heat Above
  6. Broken Bells
  7. Highway Tune
  8. Solo de bateria

Acústico:

  1. Cover: Unchained Melody (Hy Zaret & Alex North)
  2. Waited All Your Life
  3. Black Smoke Rising

Terceira parte:

  1. Fate of the Faithful
  2. Solo de guitarra elétrica
  3. Sacred the Thread
  4. The Archer

Parte Final:

  1. Cover: Rhapsody in Blue (George Gershwin)
  2. Light My Love
  3. Farewell for Now

Os detalhes não ficaram esquecidos

Ao passo que outras grandes bandas, como os Muse, por exemplo, apostam em cenários extravagantes, esta banda aposta nos figurinos e na imagem. Tal cuidado proporciona um ambiente único, sem nunca deixar de parte a temática da tour em questão.

Todos os fatos dos membros foram criados e pensados ao pormenor pelas mãos de Amber Doyle. Estes possuem partes removíveis que são retiradas conforme o desenrolar do concerto.

O único membro da banda que usa mais do que um fato, é, evidentemente, o vocalista:

  • um macacão prateado com um casaco curto, posteriormente despido;
  • um macacão azul com diversos desenhos;
  • uma capa longa, posteriormente despida, com umas calças brancas;
  • outro macacão azul, de veludo, com estrelas.
A mutação de Josh ao longo do concerto (Fonte: Marta Ricardo).

Acrescentando às roupas, temos ainda as jóias e as maquilhagens exuberantes, com muito brilho.

Como se ainda não fosse suficiente, os Greta apostaram em detalhes de cenário: lança-fogos, cenários, objetos alusivos à tour, entre outros. Sam, enquanto tocava órgão, tinha ao seu lado uma pequena mesa com dois cálices, um deles com incenso.

A atmosfera criada para o momento de Sam (Fonte: Marta Ricardo/José Bento).

Momentos-Josh

Josh Kiszka acaba sempre por criar momentos engraçados para com a sua audiência.  Em dois momentos do concerto, sem aviso, surge na sua mão uma pequenina garrafa. Este bebe-a, de um trago só. E bem sabemos que não se trata de água…

Durante “Highway Tune”, num momento destinado aos fãs, usa uns óculos em forma de estrela e uma fita natalícia ao pescoço.

Josh com os adereços dos seus fãs (Fonte: Marta Ricardo/José Bento).

“Light my Love” e os ensinamentos sobre o amor

A canção passou a ter um significado diferente após Josh Kiszka ter assumido a sua homossexualidade através do seu Instagram, em 2023. Tal surge no mês de orgulho LGBT+, e, segundo o mesmo, dadas as questões de LGBTfobia no estado de Tennessee, onde morou, e no mundo de forma geral. Josh partilhou, assim, que está numa relação com uma pessoa do mesmo sexo há oito anos.

Como planeado, vimos bandeiras LGBT+ no ar, não antes do pequeno discurso a que Josh Kiszka sempre nos habituou:

Living is, in itself, a constant celebration of love. Where there is love we must live on. And where there is not, we must provide it. (Viver é, por si só, uma constante celebração de amor. Onde há amor devemos continuar a viver. E onde não há, deveremos providenciá-lo).

As luzes auxiliaram na criação de um momento mágico (Fonte: Marta Ricardo/José Bento).

Deixamos-te uma compilação dos melhores momentos deste concerto no nosso Instagram:

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade da autora, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Marta Ricardo.

Editado por: Pedro Cruz

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