França Bicampeã do Junior Eurovision Song Contest

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Foi no dia 26 de novembro que decorreu o Junior Eurovision Song Contest 2023, em Nice, França. O concurso juvenil, que celebrou 20 anos de história, teve a vitória da anfitriã e vencedora do ano passado, França, com Zoé Clauzure e “Cœur“. Portugal, com Júlia Machado a interpretar “Where I Belong“, ficou no 13º lugar da competição.

Zoé Clauzure (Fonte: Corinne Cumming / EBU)
Zoé Clauzure interpreta “Cœur (Fonte: Corinne Cumming / EBU)

Às 15 horas de Portugal Continental ouviu-se, na RTP 1, o famoso “Te Deum” para indicar que estava para começar mais uma edição do concurso juvenil da EBU, em parceria com a France TV.

Como é tradição, o programa começou com um desfile dos artistas dos vários países (Flag Parade), enquanto estes interpretavam a Common Song deste ano, ou seja, a canção interpretada por todos os participantes da edição em questão. “Heroes” foi cantada por todos os jovens artistas a concurso e por Florence François, uma cantora parisiense.

Flag Parade (Fonte: Corinne Cumming / EBU)

O evento foi apresentado por Laury Thilleman, Olivier Minne (que já tinha apresentado a edição de 2021, em Paris) e Ophenya, que esteve a cargo de realizar entrevistas com artistas na Green Room.

Deu-se então início à competição, com a Espanha a marcar o começo das 16 atuações previstas.

É de realçar que as votações estiveram abertas desde 24 de novembro até ao começo do espetáculo no dia 26 de novembro, às 15 horas de Portugal Continental. Aquando dessa janela de votações, estavam disponíveis nas várias plataformas as canções completas e pequenos vídeos nas redes oficiais da Eurovisão Júnior, que nos mostravam parte do ensaio das diferentes delegações do que estava previsto que fossem as atuações ao vivo.

A segunda e última janela de votações aconteceu posteriormente a todos os participantes terem atuado no espetáculo ao vivo, e esteve aberta durante sensivelmente 15 minutos.

Portugal atuou na 11ª posição, mesmo antes da vencedora Zoé Clauzure, pela França.

A atuação de Júlia Machado contou com problemas técnicos nos ecrãs LED. Podemos verificar que estes se apagam a meio da atuação, o que não vai ao encontro das expetativas da delegação portuguesa.

Apesar de ser ter verificado tal situação, não foi dada a Portugal a oportunidade de atuar de novo, pois os responsáveis da EBU (European Broadcasting Union) e da restante organização do evento consideraram que esta problemática não prejudicou a performance vocal da cantora portuguesa.

Júlia Machado atua na Eurovisão Júnior 2023 (Fonte: Corinne Cumming / EBU)

Depois da atuação dos Países Baixos, que fecharam a ordem de performances previstas a concurso, deu-se início à 2ª janela de votações online.

Lissandro, o vencedor do ano passado, teve, durante essa janela de votações, mais uma oportunidade para interpretar a canção com que triunfou na edição antecedente, “Oh Maman!

Antes de encerrarem as votações, AMIR, artista reputado no país anfitrião, ainda teve tempo para interpretar a canção com que representou a França na Eurovisão “dos crescidos” em 2016, “J’ai Cherché“, com a qual terminou a competição em 6º lugar, tendo-se tornado num fenómeno não só em França, mas também no resto da Europa. Esta canção foi interpretada em castelhano, para além de francês e inglês, como na versão original de estúdio.

AMIR interpretou ainda “Il y a“, o seu mais recente single.

De seguida, encerraram de vez as votações, tendo-nos sido apresentado um segmento em que o pianista Van Toan tocou as canções “Sarà Perché Ti Amo” e “All I Want For Christmas“.

Antes de reveladas as votações, Angelina, Valentina, Enzo e Lissandro, antigos participantes franceses do concurso juvenil, juntaram-se aos restantes participantes desta edição do certame e a Florence François para interpretar “We Are The World“, um hino à paz no mundo em tempos conturbados.

Atuação de “We Are The World” (Fonte: Corinne Cumming / EBU)

As votações foram feitas de forma online, no site da competição, sendo que cada votante teria de escolher 3 canções entre as quais, uma delas, poderia ser a do próprio país.

Os 10 mais votados em cada país recebem pontuações de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 12 pontos, conforme a classificação nessa votação. As classificações atribuídas pelo júri de cada país seguem também este formato, sendo que no voto online o agregado do Resto do Mundo (países não participantes) entra na votação.

A votação online representa 50% da pontuação total e a votação do júri os outros 50%. A segunda é decidida num outro espetáculo (Jury Show) que acontece um dia antes do evento, transmitido para todos e aberto a quem adquira bilhete para assistir. As classificações só são, no entanto, conhecidas no espetáculo transmitido em direto.

No final da votação do espetáculo transmitido na RTP 1, as classificações de França e Portugal ficaram intactas, comparando o voto do júri com o voto online (1º e 13º, respetivamente). A Irlanda acabaria, no entanto, por não resistir ao último lugar depois do voto online, tendo conseguido a Estónia subir para penúltimo.

A Espanha conseguiu, ainda, subir de 3º para 2º lugar, ultrapassando a Arménia que, antes da votação online, ocupava essa posição.

O pódio ficou fechado com a França a manter o troféu em casa e com o 2º e 3º lugar a ser atribuídos à Espanha e à Arménia, respetivamente.

Foi fechado o espetáculo com a entrega do troféu da Eurovisão Júnior a Zoé Clauzure e o Encore de Cœur“.

Zoé Clauzure ganha a Eurovisão Júnior (Fonte: Corinne Cumming / EBU)

A France TV ainda não confirmou se vai ser, como é costume dos países vencedores (contudo não algo previsto, ao contrário do que acontece na Eurovisão), anfitriã do evento. Neste momento, não podemos ter a certeza ou sequer indícios de que vai ser tomada uma ou outra opção, no entanto, se a Eurovisão Júnior se realizar novamente em França, é expectável haver um anúncio da cidade anfitriã. Se decidir não hospedar o evento, os canais de televisão públicos dos vários países membros da EBU com interesse e elegíveis para tal, poderão submeter uma candidatura para organizar o evento, que será posteriormente analisada e avaliada pela União Europeia de Radiodifusão (UER/EBU).

Escrito por: José Pereira

Editado por: Diana Gaspar

Este artigo de opinião é de pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

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