Taylor Swift e o crescente impacto na vida política dos jovens norte-americanos

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Em 17 anos de carreira, não é novidade que a cantora e compositora norte-americana, Taylor Swift, vem demonstrando ter, cada vez mais, um papel bastante impactante na vida de milhões de jovens por todo o mundo. Este impacto é notório nas suas palavras, seja através das letras musicais que escreve ou dos seus discursos, por muitos adorados.

Contudo, é no ano de 2019 que a cantora toma publicamente, pela primeira vez, uma posição política, através do seu documentário Miss Americana, original da Netflix. Neste, Taylor manifesta grande descontentamento e indignação perante a política do presidente (na altura) norte-americano Donald Trump, provocando a seguinte resposta por parte do mesmo: “Digamos que agora gosto menos 25% da música da Taylor”. Esta resposta leva a que a cantora coloque, durante um período de tempo, no seu site oficial, um desconto de 25% em todos os artigos. Para além da contestação contra Trump, Taylor opõe-se também a Marsha Blackburn, senadora do estado de Tennessee desde 2019, afirmando, frustrada, que esta vota contra direitos fundamentais das mulheres, como a igualdade salarial, e da comunidade LGBTQIA+.

É, igualmente, neste documentário que Swift dá a conhecer a canção “Only The Young”, que aborda a violência armada, mais concretamente os recorrentes tiroteios escolares, nos Estados Unidos da América, realçando a ganância e a indiferença de quem detém o poder, perante esse assunto. É desta forma que Taylor transmite aos jovens a mensagem de que a mudança por um futuro melhor cabe-lhes somente a eles.

Ainda nesta época, a cantora lança um novo álbum intitulado “Lover”, no qual consta a canção “The Man”, que descreve grande parte da sua experiência na indústria musical, esta bastante machista. Swift menciona ainda a diferença de tratamento entre homens e mulheres que fazem parte da indústria e a existência de certos padrões duplos para os mesmos. Esta canção, apesar de refletir a experiência pessoal da cantora, rapidamente se torna um êxito mundial, por conseguir representar um pouco da vida de todas as mulheres e a desigualdade de género ainda muito presente.

É também importante referir que cantora utiliza, para comunicar mais facilmente o que pretende ao seu público, outras plataformas digitais como as redes sociais. É exemplo disto o Instagram, no qual é possível encontrar, na conta oficial de Taylor, diversas publicações que abordam temas importantes e atuais. Ora, por meio de uma carta redigida pela mesma, na qual se dirige ao ex-senador do Tennessee, Lamar Alexander, em junho de 2019, a cantora celebra o mês do orgulho agradecendo-lhe por ter copatrocinado a resolução que homenageia os cem anos de celebração da ratificação da 19ª emenda, que visa não dever ser negado o direito de voto a nenhum americano, independentemente do seu sexo, e pelo impacto positivo que este tem no país. Taylor afirma que, apesar de haver muito para celebrar, ainda existe um longo caminho a percorrer até que todos os indivíduos sejam tratados de forma igual e justa, e, por isso, pede ao senador que vote a favor do “Ato de Igualdade”, após todas as leis discriminatórias que haviam saído.

Posto todos estes acontecimentos que, certamente, marcaram e influenciaram a vida de muitos fãs norte-americanos, por permitirem que estes se revissem na posição política da cantora e no que esta representava para eles, por se sentirem ouvidos e respeitados e, acima de tudo, por lhes mostrarem que nunca estarão sozinhos numa luta constante que é, ou que deveria ser, de todos, mesmo que de formas diferentes, por partir de uma figura pública com tamanha influência e pela qual têm muito carinho e admiração, o momento em que realmente se começa a notar o quão impactante consegue ser o nome Taylor Swift é em 2020, após a entrevista para a revista V Magazine, intitulada “The Thought Leaders Issue” e, posteriormentte, a publicação na sua página oficial de Instagram acerca das eleições presidenciais, onde a cantora demonstra o seu apoio ao presidente Joe Biden e à vice-presidente Kamala Harris, explicando por que razões iria votar neles, entre as quais se destaca a da necessidade de líderes políticos que estejam dispostos a encarar os diversos problemas, como o racismo, e trabalhar nos mesmos.

Fonte: Conta oficial de Instagram de Taylor Swift

Desde então, Taylor tem continuado sempre, aquando da realização de qualquer tipo de eleição norte-americana, a apelar ao voto através das suas redes sociais. Foi assim que, recentemente, após ter publicado uma história na sua conta de Instagram, no Dia Nacional do Registo Eleitoral, com o intuito de que os fãs se registassem para votar, a afluência ao site Vote.org foi enorme, atingindo um recorde de 35 252 novos eleitores, mais 22,5% relativamente ao ano anterior. De acordo com a CBS (Columbia Broadcasting System), a CEO do site, Andrea Hailey, menciona ter existido um salto de 1226% na participação, passado apenas uma hora da partilha da cantora, com uma média de 13 mil utilizadores a cada 30 minutos. As inscrições feitas por jovens de 18 anos cresceu 115%, também em relação ao ano que passou.

Assim, com as eleições presidenciais norte-americanas de 2024 cada vez mais próximas, existe uma grande probabilidade de se assistir, mais uma vez, a uma Taylor Swift sem receio de se posicionar e de lutar por tudo aquilo em que acredita, incentivando a que todos também o façam.

Escrito por: Constança Paulo

Editado por: Pedro Cruz

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