O campeão é o 16º: o último esforço antes do intervalo.

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Em véspera de pausa do campeonato para compromissos internacionais, todas as equipas procuravam ter umas férias descansadas, mas isso não aconteceu para todos…

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Fonte: estorilpraia.pt

A jornada 27 abriu na sexta feira, em terras banhadas pelo Sado, com a receção do Vitória F.C. ao Portimonense. Os homens da casa, apesar de virem de uma derrota por 4-2 na Madeira, tentavam dar continuidade ao seu bom momento de forma no Estádio do Bonfim, onde venceram os últimos três encontros. Os algarvios, sem a sua principal referência ofensiva (Fabrício, de fora por lesão), antecipavam dificuldades em fazer mexer o marcador.

A verdade é que as redes abanaram cedo: 1 minuto e 22 segundos foi tudo o que o Vitória, por intermédio de André Pereira, precisou para marcar. Com um remate potente de fora de área, o jovem emprestado pelo F.C. Porto colocou os Sadinos na frente e bateu o recorde do golo mais rápido da liga até ao momento, igualando Jonas (que tinha marcado na 8ª jornada, com o mesmo tempo de jogo). Esta vantagem não durou muito, à passagem do minuto 14, Dener, a cruzamento de Nakajima, repôs a igualdade para o Portimonense, que se manteve até ao final dos 90 minutos. Empate a um golo que serve mais a equipa algarvia, que na época em que regressa à Primeira Liga se prepara para garantir uma manutenção tranquila, do que o Vitória, que continua no lote das equipas imediatamente acima dos lugares de descida.

No sábado jogaram-se 4 jogos (assim como no domingo). O Marítimo foi a Viseu bater o Tondela, num jogo em que os Beirões ainda estiveram a vencer, mas um endiabrado Joel bisou e fixou o resultado em 1-2, aproximando os madeirenses do desejado 5º lugar e, consequentemente, da Europa.

Ao mesmo tempo que decorria o jogo em Tondela, mais a sul acontecia um duelo decisivo na luta pela manutenção. O Paços de Ferreira deslocou-se ao António Coimbra da Mota, moralizado com a vitória frente ao Porto, para defrontar um Estoril desesperado por pontuar. Os canarinhos apostaram numa entrada forte e, com apenas 19 segundos de jogo, Bruno Gomes colocou, numa jogada aparatosa, a equipa da casa na frente, batendo assim o recorde estipulado no dia anterior do golo mais rápido da liga. Este golo e mais duas oportunidades nos primeiros 10 minutos (por Lucas Evangelista e Dankler) davam a esperança de uma tarde feliz para a equipa da linha, que foi a vencer para o intervalo. Na segunda parte, o conjunto de Ivo Vieira deu, mais uma vez, provas da sua fragilidade quando, aos 54 minutos, Eduardo falhou de forma inacreditável a oportunidade de fazer o 2-0: de baliza aberta, o brasileiro atirou ao lado, quando na bancada já se gritava golo; como quem não marca acaba por sofrer, passado um minuto o Paços marcou o golo da igualdade por Miguel Vieira (que já tinha marcado ao Porto), na sequência de um canto. Feito o empate, os visitantes fecharam os caminhos para a baliza e mataram o jogo, estando tranquilos conquistando um ponto ficaram apenas à espera do final da partida. O Castores chegam assim aos 25 pontos e mantêm-se acima da linha de água; já o Estoril agrava ainda mais a crise e vê, a 7 jornadas do final, cada vez mais próximo o fim da linha.

Nos restantes jogos de sábado, os dois primeiros do campeonato cumpriram. O Benfica foi a Santa Maria da Feria, em véspera de centenário do Feirense, vencer por 0-2. Os Fogaceiros conseguiram conter os Encarnados durante a primeira parte, mas no segundo tempo Raúl Jimenez e Rafa (em grande forma) mandaram a equipa da casa para a zona de despromoção, num jogo que ficou marcado pela lesão de Rúben Dias, que saiu das contas de Fernando Santos na convocatória e deu entrada a Luís Neto.

Um pouco mais a norte, o Porto recebeu e bateu o Boavista. Numa jornada que ficou marcada por golos madrugadores, Felipe não quis ficar atrás e abriu o ativo logo aos 2 minutos, com Herrera a fechar o marcador ao minutos 62, fixando o 2-0 final. Os Axadrezados ainda criaram dificuldades, mas o derby da Invicta já não é o que era.

No domingo, o Vitória S.C. recebeu o Desportivo das Aves, naquela que foi a primeira vitória de José Peseiro no comando técnico dos Vimaranenses. De grande penalidade, Hurtado começou a tricotar a felicidade dos adeptos da cidade Berço. Amilton ainda reduziu ao minuto 39 mas, já na segunda parte, Paolo Hurtado bisou e selou o triunfo da turma da casa. O Aves mantém-se assim no lote dos 25 pontos, 3 acima da “red line”.

Em Moreira de Cónegos, o jogo acabou por marcar a jornada. O Moreirense recebeu o Belenenses e os problemas para a turma do Restelo começaram mesmo antes do início da partida: André Moreira lesionou-se no aquecimento e Filipe Mendes teve de entrar para o substituir, deixando Silas sem opções para a baliza no banco.

No relvado do Comendador Joaquim de Almeida Freitas, o jogo começou monótono, com ambas as equipas a praticarem um mau futebol, jogando muito pelo ar e com pouca qualidade na posse. Aos 27 minutos, o Moreirense foi feliz: na sequência de um canto de Tozé, Florent introduziu a bola na própria baliza quando tentava fazer o corte. O resultado durou até ao intervalo, onde Silas fez entrar Maurides e Nathan e alterou para um 4x3x3. As alterações surtiram efeito e, aos 49 minutos, Licá chegou ao golo do empate para o Belenenses. A partir do golo da igualdade, o jogo esteve dividido e já cheirava a divisão de pontos mas, à passagem do minuto 84, o inconformado Tozé fez o golo que deu os 3 pontos à equipa da casa. Fica assim adiada a confirmação da segurança dos pastéis na manutenção e o Moreirense sai dos lugares de despromoção, colando-se às outras equipas com 25 pontos e tendo uma oportunidade para respirar, para já.

No penúltimo encontro desta ronda, o Braga não vacilou. Uma deslocação a Trás-os-Montes que se antecipava difícil e acabou por não o ser. Os Guerreiros do Minho atropelaram a equipa do Chaves, num banho de bola “à antiga” em que os da casa só conseguiram responder aos 76 minutos quando já perdiam por 0-3, num golaço de Platiny, mas que de nada serviu, vendo Ricardo Horta ainda a marcar (fez dois, num grande jogo) ao caír do pano. Os Bracarenses continuam o bom momento de forma e a perseguição ao terceiro lugar, sendo que na próxima jornada recebem o Sporting. Já o Chaves, assim como o Boavista, vê fugir o Marítimo e o Rio Ave e dificulta as suas ambições europeias.

A fechar a jornada, o Sporting recebeu em Alvalade o Rio Ave. Os Vilacondenses jogaram como tinham feito no Dragão e na Luz… E o resultado foi o mesmo. Muita posse de bola, muita troca na fase de construção, mas sem construir nada. O Leão, com Peyroteo escrito nas costas, só teve de esperar pelo erro do adversário, que apareceu aos 24 e aos 83 minutos, onde converteram Gelson e Bas Dost, sendo que a maior adversidade do jogo apareceu com a lesão de Fábio Coentrão, que ficou de fora das contas da selecção, onde foi substituído por Mário Rui (do Nápoles). A turma de Jorge Jesus mantém assim a distância tanto para o Braga (abaixo) como para o Benfica (acima). O Rio Ave vê o Marítimo a encurtar caminho, estando agora a apenas 1 ponto.

A jornada 27 ficou marcada pela saída do Moreirense da zona de sufoco, pelo dilatar da distância do 1º para o 5º lugar (são agora 30 pontos), pelas lesões de Fábio Coentrão e Rúben Dias (que levou à chamada de Mário Rui e Luís Neto à convocatória da seleção) e pelo recorde do golo mais rápido desta edição da liga, que foi batido por duas vezes: primeiro por André Pereira (1’22’’) e depois por Bruno Gomes (19’’).

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Fonte: sofascore.com

Assim, o campeão da 27ª jornada foi o Paços de Ferreira, que com um difícil empate na Amoreira se mantém à tona, no 16º posto. No fundo da tabela o campeonato continua intenso, com seis equipas ainda na luta pela manutenção.

Equipa da jornada: Moreirense (conseguiu a saída dos lugares de despromoção);

Equipa desilusão: Estoril Praia (não conseguiu superar um rival direto e mantém-se o lanterna vermelha);

Jogador da jornada: Tozé (foi decisivo na vitória dos Cónegos, estando em ambos os golos);

Jogador desilusão: Lucas Evangelista (espera-se muito mais da estrela dos Canarinhos, que parece estar a tornar-se numa vedeta).

Escrito por: Pedro Alves

Editado por: Ricardo Marquês

 

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